Encontramos referências ao cão de mostra em geral em documentos antiqüíssimos, o que demonstra as suas origens remotas. As representações egípcias o mostram como um cão um tanto ágil, parecido com o lebrel, com orelhas caídas e cauda levada na forma característica dos atuais cães de mostra; provavelmente, esta antiga tipologia do cão de mostra derive do cruzamento entre o cão de carreira (sabujo) e o mastim assírio.
O cão de mostra deve-se haver desenvolvido especialmente na Itália, onde encontravam-se com freqüência, na antiguidade, tanto cães de carreira como molossos.
Não esta claro se o cão egípcio de mostra foi levado à Europa, de onde logo se difundiu; é mais provável que se formasse na Europa através de cruzamentos entre sabujos e molossos provenientes do mastim asiático. A hipótese da formação européia destes cães de mostra é, sem dúvida, a mais aceitável.
É opinião de muitos cinólogos que o italiano seja um dos cães de mostra mais antigos, e até poderia ser, provavelmente, o antepassado de todos os de origem européia.
Na atualidade os braços italianos subdividem-se, segundo as entidades cinófilas, em duas variedades diferentes: o branco-laranja e o ruano-castanho. Das duas, a mais antiga resultaria ser a branco-laranja o que não impede que também o Baco italiano de cor ruano-castanho seja um exemplar de grande classe, sem nada que invejar ao branco-laranja. Tanto mais que os seus dados somáticos são idênticos.
Alguns se inclinam a crer que o braço branco-laranja é originário do Piemonte e o ruano da Lombardia: ambos, entretanto, seriam originários do mesmo tronco; outros, ao contrário, opinam que o ruano é resultado de cruzamentos entre o Baco branco-laranja, importado da Alemanha e Áustria, e o sabujo de Saint-Hubert preto-fogo.
PADRÃO DA RAÇA: Bruno Tausz
Padrão FCI nº 202. Data da publicação do padrão original válido: 27-11-1989.
Origem: Itália;
Nome de origem: Bracco Italiano;
Utilização: caça de aponte.
Classificação FCI - Grupo 7 - Cães de aponte
- Seção 1.1 - Cães de Aponte Continentais, Tipo Braco.
- Com prova de trabalho.
ASPECTO GERAL | - de construção robusta e harmoniosa com aspecto vigoroso. Os exemplares preferidos são aqueles com membros enxutos, musculatura saliente, linhas bem definidas, cabeça nitidamente esculpida com evidente cinzelamento sub-orbitário, características que conferem distinção à raça. | |
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PROPORÇÕES | - o comprimento do tronco é igual ou pouco maior que a altura na cernelha. O comprimento da cabeça é igual a 4/10 da altura na cernelha; sua largura medida no nível dos arcos zigomáticos, é menor que a metade do seu comprimento. Comprimento do crânio igual ao do focinho. | |
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TALHE | - altura na cernelha: entre os 55 e os 67cm. - machos de 58 cm a 67cm e fêmeas: de 55 cm a 62 cm. | |
- | - comprimento: (padrão não comenta). - peso: varia entre os 25 e 40 quilos, proporcionalmente à altura. | |
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TEMPERAMENTO | - resistente e adaptável a qualquer tipo de caçada, sério, inteligente, dócil com grande capacidade de aprendizagem. | |
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PELE | - consistente mas, elástica, mais fina na cabeça, na garganta e nas axilas e na região ventral do tronco; as mucosas externas são coradas de acordo com a cor da pelagem, jamais com manchas pretas. As mucosas internas da boca são cor-de-rosa; nos ruões branco e marrom pode, às vezes, apresentar-se levemente manchadas de marrom ou marrom pálido. | |
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PELAGEM | - Pêlo curto, cerrado e brilhante, mais fino e raso na cabeça, nas orelhas, na face anterior dos membros e nas patas. | |
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COR | · branco, · branco com manchas maiores ou menores e de cor laranja ou âmbar, mais ou menos carregado, · branco com manchas maiores ou menores de cor marrom, · branco sarapintado de laranja pálido (melato); · branco sarapintado de marrom (ruão marrom), nesta pelagem, é desejável reflexos metálicos, igualmente desejável o marrom de tonalidade quente (bata de frade); preferida a máscara simétrica na cabeça, tolerada a ausência da máscara. | |
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CABEÇA | - angulosa, estreita nas arcadas zigomáticas, seu comprimento mede 4/10 (40%) da altura na cernelha; a metade do comprimento total recai sobre a linha que liga os cantos internos dos olhos. As linhas superiores do crânio e do focinho são divergentes, isto é, prolongamento da linha superior do focinho deve encontrar-se com a linha superior do crânio à frente do occipital e, otimamente, no meio da linha superior do crânio. | |
Crânio | - visto de perfil, a linha superior do crânio forma um arco muito aberto. Visto de cima, forma uma elipse alongada, com o eixo maior no sentido do comprimento. A largura do crânio, medida na maior distância das arcadas zigomáticas, é menor que a metade do comprimento total da cabeça. As bochechas são secas. Os seios frontais das arcadas superciliares são marcadas. O sulco sagital é visível e termina na metade do crânio, a crista sagital é curta e pouco pronunciada. A protuberância occipital é pronunciada. | |
Stop | - pouco pronunciado. | |
Focinho | - cana nasal ligeiramente romana ou reta. De comprimento igual à metade do comprimento total da cabeça e sua altura é igual a 4/5 (80%) de seu comprimento. Visto de frente, as faces laterais são ligeiramente convergentes, embora apresentando a face anterior de boa largura. O queixo é pouco evidenciado. | |
Trufa | - volumosa, com narinas grandes e abertas, um tanto saliente da linha anterior do focinho, com a qual forma um ângulo. Cor mais ou menos rosácea, cor de carne ou marrom, conforme a pelagem. | |
Lábios | - os superiores são bem desenvolvidos, sutís e pendentes, sem ser flácidos; recobrem a mandíbula, ultrapassando-a, tanto na linha anterior, quanto lateralmente. Visto de frente, os lábios formam um V invertido, logo abaixo da trufa. As comissuras labiais são acentuadas, sem serem pendentes. Bochechas secas. | |
Mordedura | - as arcadas dentárias articulam-se em tesoura, com os dentes nascidos ortogonalmente aos maxilares. Admitida, também a oclusão em torquês. | |
Olhos | - de inserção semilateral, no plano da pele, bem abertos, com as rimas das pálpebras delineando um contorno oval, apresentam uma expressão de docilidade. As pálpebras trabalham bem ajustadas (ausência de entrópio e/ou ectrópio); a cor da íris é ocre mais ou menos escuro ou marrom, segundo a coloração da pelagem. | |
Orelhas | - bem desenvolvidas, de modo que o comprimento possa atingir, sem esticar, a linha anterior da trufa; de largura mínima equivalente à metade do comprimento; levantando-se pouco na base; de inserção, preferencialmente, mais para trás, relativamente estreita, sobre o alinhamento do arco zigomático; desejável a orelha flexível, com a voluta, interna anterior, bem marcada e ajustada com seu bordo rente às faces; a extremidade termina em ponta, ligeiramente arredondada. | |
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PESCOÇO | - robusto, em tronco de cone, de comprimento acima dos 2/3 do da cabeça; com a nuca bem marcada; garganta apresentando ligeira barbela dupla. | |
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TRONCO | - | |
Linha superior | - formada por duas linhas: uma, inclinada, quase reta, da cernelha até a décima primeira vértebra dorsal, a outra ligeiramente convexa, que se harmoniza com a da garupa. | |
Cernelha | - bem definida, com a ponta das escápulas bem separadas. | |
Dorso | - tórax amplo, profundo, atingindo o nível dos cotovelos, alinhado. | |
Peito | - (padrão não comenta). | |
Costelas | - bem arqueadas, particularmente na parte inferior e anguladas. | |
Ventre | - (padrão não comenta). | |
Lombo | - largo, musculoso, curto e arqueado. | |
Linha inferior | - quase horizontal na região do esterno, retraindo-se ligeiramente na região abdominal. | |
Garupa | - longa, de comprimento cerca de 1/3 da altura na cernelha, larga, bem musculosa, angulação ideal, com o osso coxal, formando 30º com a horizontal, bacia ampla. | |
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MEMBROS | ||
Anteriores - | ||
Ombros | - robustos, escápula guarnecida de boa musculatura, longa e inclinada, com movimentos livres. | |
Braços | - oblíquo, trabalhando rente ao tórax. | |
Cotovelos | - a ponta do deve estar na vertical que passa pela extremidade caudal da escápula. | |
Antebraços | - robustos, bem aprumados, com tendões resistentes e bem destacados. | |
Carpos | - (padrão não comenta). | |
Metacarpos | - secos de proporção adequada discretamente longos e levemente inclinados. | |
Patas | - fortes, ovaladas, com dígitos bem arqueados, bem compactados, guarnecidos de unhas fortes e curvadas para o piso, de cor branca, ocre ou marrom, mais ou menos intenso, de acordo com a cor da pelagem; almofadas plantares com a sola seca e elástica. | |
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Posteriores - | ||
Coxas | - longas, paralelas, musculosas, com a face posterior tendendo ao retilíneo. | |
Joelhos | - | |
Pernas | - fortes. | |
Metatarsos | - relativamente curtos e secos. | |
Jarretes | - espessos. | |
Patas | - com todas as características das anteriores, apresentando ergôs e, cuja ausência, não constitui defeito. Tolerado o ergô duplo. | |
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Cauda | - robusta na raiz, reta, com ligeira tendência a se encurvar, sem franjas; quando em movimento, principalmente em trilha, é portada horizontalmente ou quase. Amputada, permanecendo um coto em torno de 15 a 25 cm de comprimento. | |
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Movimentação | - trote amplo e veloz, com propulsão poderosa dos posteriores e porte alto da cabeça, com a trufa que, durante o exercício da caça, permanece acima da linha superior do tronco. | |
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Faltas | - avaliadas conforme a gravidade. | |
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Faltas eliminatórias | - 1 - prognatismo acentuado. - 2 - Altura na cernelha 2 cm a mais ou a menos dos limites previstos. | |
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DESQUALIFICAÇÕES - as geraise mais: 1 - nariz fendido (lábios leporinos); 2 - convergência das linhas superiores do crânio e do focinho; 3 - olhos gázeos (perolados); 4 - retrognatismo (prognatismo superior); 5 - monorquidismo, criptorquidismo; 6 - despigmentação total (albinismo), 7 - pelagem preta, branca e preta, tricolor, fulvo, castanho, unicolor e vermelho fogo; 8 - mucosas, pele e anexos apresentando traços de preto. | ||
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NOTA: os machos devem apresentar dois testículos de aparência normal, bem desenvolvidos e acomodados na bolsa escrotal. |